terça-feira, 2 de julho de 2013

Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing)

Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing)

A doença de Cushing é uma enfermidade que afeta cães de meia-idade e idosos. Os animais afetados apresentam aumento do consumo de água e aumento no volume urinário, aumento do apetite, queda de pêlos e aumento da gordura abdominal com perda de massa muscular dos membros. Existem vários métodos de diagnóstico disponíveis. Também existem diversas opções de tratamento que fazem com que esta doença seja muito mais facilmente tratável hoje em dia do que era há alguns anos.
Que animais podem ser afetados pelo Hiperadrenocorticismo?
A Doença de Cushing ou hiperadrenocorticismo é considerada uma patologia de cães e gatos de meia-idade ou idosos. Ela é muito mais incidente em cães. A doença é bastante similar em gatos, porém, nos felinos, mais de 80% dos animais afetados também apresentarão diabetes mellitus. Neste artigo estaremos nos orientando para a doença apresentada nos cães. A média de idade de aparecimento da doença varia entre 6 e 7 anos, mas também pode ocorrer na faixa que de 2 e 16 anos de idade. A doença atinge igualmente machos e fêmeas e parece não haver nenhuma raça que tenha predisposição genética.
Sintomatologia
Como resultado da alta taxa de glucocorticóides (esteróides) crônica, os animais afetados desenvolvem uma combinação clássica de sinais clínicos e lesões. A doença tem progressão lenta. Vários estudos já mostraram que a maioria dos cães apresenta pelo menos um dos sintomas da doença num período entre um e seis anos antes do problema ser diagnosticado. Como este problema se desenvolve muito lentamente, os proprietários geralmente atribuem algumas mudanças e sintomas à problemas decorrentes da idade.
Aumento do consumo de água e do volume urinário
O sintoma mais comum é o aumento do consumo de água e conseqüente aumento do volume urinário (poliúria/polidipsia). O cão passa a beber entre 2 e 10 vezes o volume normal de água e conseqüentemente ocorre um aumento proporcional do volume urinário. Estes sintomas estão presentes em e 85% de todos animais com hiperadrenocorticismo. Animais que vivem em apartamentos passam a não conseguir se segurar , muitas vezes urinando dentro de casa, pois a bexiga se enche muito mais rapidamente devido ao aumento na produção de urina.
Aumento de Apetite
O aumento de apetite (polifagia) é outro sintoma clínico muito comum, que aparece em 80% dos animais afetados. O cão começa a revirar o lixo à procura de alimento, muitas vezes chegando a roubar comida da cozinha e da própria mesa. Está sempre olhando com aquela carinha de coitadinho esfomeado, implorando e pode ficar mais agressivo em relação a proteção de sua própria comida, quando há outros animais por perto. Apesar da presença de outros sintomas, o proprietário acaba pensando que o animal está bem, devido ao seu “excelente” apetite.
Aumento Abdominal
O aumento abdominal também é um dos sintomas clássicos da doença e ocorre em 80% dos casos. Este aumento abdominal é decorrente de uma “migração” de gordura para a região abdominal e de um enfraquecimento e perda de massa muscular dos membros.
Queda de pêlos e “afinamento” da pele
A queda de pêlos e o “afinamento” da pele ( a pele realmente fica mais fina, menos espessa) também são sintomas comuns em cães com a enfermidade. Estima-se que estes sintomas aparecem em 50% a 90% dos animais afetados pela doença de Cushing. A queda de pêlos (alopécia) é uma das principais razões pela qual o proprietário leva o animal para ser consultado pelo médico veterinário. A queda de pêlos começa na área dos cotovelos e avança pelos flancos e abdômen até que atinja o corpo todo do animal, deixando coberta apenas a cabeça e as extremidades dos membros. A pele também fica fina podendo ser facilmente lesada, apresentando uma cicatrização mais lenta. Problemas reprodutivos também ocorrem com freqüência em animais que sofrem hiperadrenocorticismo.
Diagnóstico
A doença de Cushing pode se apresentar com uma grande variedade de sintomas e também pode estar relacionada a várias outras doenças. Por isso, todo animal com suspeita de hiperadrenocorticismo deverá fazer um hemograma completo, exames bioquímicos e exames de urina como rotina. Também deverá fazer radiografias abdominais. Existem vários testes diferentes para se diagnosticar a doença de Cushing. Muitas vezes, o médico veterinário fará diferentes testes mais de uma vez para confirmar o diagnóstico e para determinar qual o tipo de hiperadrenocorticismo que o cão apresenta.
Testes de estímulação de ACTH
O teste de estimulação de ACTH é o método mais comum utilizado por médicos veterinários, para diagnosticar a doença de Cushing. Este teste é seguro, barato e confiável. Neste teste, o cão recebe uma dose de ACTH. Cães que tenham tanto a forma dependente da pituitária quanto a forma dependente da adrenal, responderão à injeção de ACTH, produzindo glucocorticóides e poderemos medir uma altíssima taxa de cortisol no sangue, após a injeção. Este teste não diferencia a forma Pituitária da forma adrenal da doença. Além disso, outras enfermidades e determinados medicamentos podem causar um aumento do cortisol no sangue. Este teste deverá ser interpretado junto a outros exames laboratoriais.
Teste de supressão de Dexametasona em pequenas doses
Este teste é um método excelente para diagnosticar a doença de Cushing. Ao administrarmos pequenas doses de dexametazona, cães normais mostrarão uma acentuada queda da taxa de cortisol no sangue após 8 horas. Cães que tena um doença de Cushing, não apresentarão uma queda dos níveis de cortisol sanguíneo após a administração de dexametazona. Este teste também não distingue entre a forma Pituitária e a forma adrenal da doença. Os testes de estimulação do ACTH e baixas doses de dexametazona geralmente são utilizados em conjunto para o diagnóstico da doença de Cushing em cães.
Teste de supressão de doses altas de Dexametasona
Uma vez que se confirme a doença de Cushing, o teste de supressão de altas doses de dexametazona será utilizado para diferenciar as duas formas da doença. Cães com a forma Pituitária-dependente da doença, mostrarão um decréscimo do cortisol sanguíneo quando receberem doses altas de dexametazona. Cães com a forma adrenal-dependente da doença não apresentarão decréscimo no nível de cortisol do sangue, ao receberem doses altas de dexametazona. Este método só é utilizado após a confirmação da doença de Cushing por outros métodos. Estes são os métodos mais comumente utilizados. Porém, existem vários outros métodos disponíveis e a toda hora, novos testes são desenvolvidos para diagnosticar o Hiperadrenocorticismo.
Tratamento
Dependendo do tipo da doença, o tratamento pode ser cirúrgico. Se for identificado um tumor na glândula adrenal, a remoção cirúrgica será uma opção. Existem várias formas de tumores que podem invadir a glândula adrenal e o tratamento dependerá do tipo de tumor em questão. Alguns cirurgiões já obtiveram sucesso com a cirurgia de remoção da glândula pituitária na forma pituitária-dependente da doença. Porém, esta é uma cirurgia muito específica e difícil, não sendo recomendada . Os tratamentos não cirúrgicos são as formas mais utilizadas de terapia em casos de doença de Cushing em cães. Em 80% dos casos, a doença estará relacionada à pituitária e como tanto a forma Pituitária como forma adrenal respondem adequadamente ao tratamento com medicamentos via oral, muitos veterinários não fazem todos os testes diagnósticos necessários para diferenciar entre as duas formas da doença. Existem três diferentes tipos de medicamentos orais, utilizados no tratamento da síndrome de Cushing em cães.

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